Culto de Òşún: Uma Visão Geral
Vista do festival anual de Òşún em Ọșogbo
No culto de Òşún em Ọșogbo, existe uma organização coerente.
Existem: O líder, assistentes e subordinados.
O arranjo seguinte nos dará uma visão geral da estrutura ou organização do culto de Òşún em Ọșogbo.
Àtàója
Ìyá Òşún
Àwòrò Òşún
Arugbá Òşún
Funcionários masculinos e femininos.
Ìsòrò Òşún e Ìwòrò Òşún
Balógun Òşún e Ìyálásè Òşún
Òtún Awo (Ìyá Èwe)
Òsì Awo (Ìyá Èwe)
Ọmọ Òşún (filhos)
Examinaremos os deveres de cada um deles no culto de Òşún Ọșogbo.
Àtàója: O rei ocupa uma posição importante no culto de Òşún em Ọșogbo.
Àtàója respeita Òşún como a sua própria mãe, de acordo com o tratado de paz e prosperidade feito pelo primeiro Àtàója com a divindade Òşún.
O povo acredita que Osogbo não seria uma cidade pacifica sem Òşún.
Isto está refletido em seu Oríkì:
Você não sabe que foi Òşún de Ọșogbo quem ditou as regras comunitárias para o rei?
É dever do Àtàója produzir todos os artigos do sacrifício e entretenimento durante festival anual de Òşún. Ele está também totalmente envolvido nos acontecimentos dos sete dias principais do festival. Ele segura a recepção dos visitantes.
No dia de adoração conjunta ele vai junto com Ìyá Òşún, Arugbá e Àwòrò Òşún orar por toda a cidade após o sacrifício ter sido realizado.
O rei está totalmente envolvido no culto de Òşún Osogbo. Mas muitas coisas estão reduzindo os envolvimentos sacerdotais do rei no culto de Òşún, especialmente sua a afiliação religiosa ao Islã.
As figuras mais proeminentes do culto de Òşún em Osogbo são: Àtàója, Ìyà Òşún, Àwòrò Òşún e Arugbá. Todos os outros oficiais são escolhidos de acordo com as necessidades do seu culto, que é um evento recente no culto de Òşún. Isto é semelhante à organização da estrutura política da sociedade yorùbá contemporânea.
Ìyá Òşún:
Ela é a líder de todos os devotos de Òşún. Ela é, juntamente com Àwòrò Òşún organizadora do culto diário, semanal e anual. Ela quebra o Obi (a noz de cola) no ritual do santuário para saber os desejos de Òşún para seu povo.
Ela sabe o que fazer para comungar com Òşún. Ela sabe qual sacrifício oferecer e os rituais a executar quando epidemias e desastres entram na cidade. Ìyá Òşún sabe qual o sacrifício a oferecer para as mulheres estéreis, as que sofrem de Abiku e aquelas cujos filhos estão doentes.
Ela tem conhecimento adequado dos Oríkì, que é a saudação verbal ou homenagem a Òşún.
Ela trança seu cabelo. No dia do festival, ela usa penas de papagaio para adornar seu penteado trançados e Àgógó, vestindo traje branco. Ela coloca suas contas de coral no pescoço e diferentes tipos de contas. Ela sempre usa pulseiras de bronze em seus dois pulsos. A viúva de um antigo rei, Àtàója, normalmente é a escolhida para este posto quando a anterior morre.
Tal candidata deve ser uma iniciada no culto de Òşún. O atual Ìyá Òşún se chama Omíléyẹ Adénlé que está no cargo desde 2002.
Àwòrò Òşún:
Ele é a cabeça dos devotos do sexo masculino. Ele desempenha um papel de apoio a Ìyà Òşún. Esta posição é uma criação recente do rei, que surgiu a partir dos efeitos da globalização sobre o culto. O rei nomeou o Àwòrò quando ele ficou sem tempo para realizar seu papel sacerdotal adequadamente no culto de Òşún. Isto é melhor apresentado em Wenger (1990: 29) linguagem que:
No decorrer do tempo, quando a cidade já era grande, e o Oba dificilmente poderia fazer justiça ao complexo de envolvimentos seculares e sacerdotais do culto de Òşún, o trabalho foi dividido entre Àwòrò Òşún (iniciado sumo sacerdote) e o Àtàója (Oba). Assim, o Àwòrò junta as mãos com Ìyá Òşún para oferecer vários sacrifícios para Òşún.
Ele também tem o conhecimento do que fazer para Òşún, a fim de conhecer os desejos dela para o povo. Ele representa os oficiais do culto de Òşún, ele reza para o rei no dia do sacrifício para a 'cabeça' (Ojo Ìbọrí bọadé).
Em suma, ele representa o rei no culto de Òşún culto Ele sabe o oríkì de Òşún muito bem. Ele sempre tem a sineta de Òşún chamada Aja. Mesmo assim, ele é um homem, ele trança os cabelos sempre como o de uma mulher (mãe Òşún). Ele coloca em seu pescoço e pulsos vários tipos de coral e diferentes de contas, ele veste traje branco com abundância de pérolas no pescoço, no dia do festival de Òşún.
Sempre será Ifá quem decidirá o candidato certo ao ocupar o lugar vago de Àwòrò (quando ele morre) entre os candidatos elegíveis. O nome do atual Àwòrò é Ọlálékan Òrìşàdáre.
Atualmente, o poder da Ìyá Òşún e do Àwòrò Òşún no que diz respeito ao festival anual de Òşún tem sido bastante reduzido. Isto porque, Òsun festival está sendo ocupado por uma comissão instituída pelo Àtàója, conhecido como Comitê do festival de Òşún, onde Ìyá Òsun e Àwòrò Òşún são apenas os membros dessa comissão.
O nome deste Àwòrò Òşún é o um dos nomes dados aos devotos de Ợbàtálá.
Arugbá Òşún:
A empregada devota, é outra figura importante no festival de Òşún em Osogbo. Sua principal função torna-se proeminente no último dia do festival.
A Arugbá é uma mulher, uma virgem pura que não flertou com nenhum homem. Ela deve ser uma solteirona enquanto carregar a cabaça de Òşún. Ela deve ser escolhida dentro de uma família real da comunidade.
Ela é escolhida dentro da família do Àtàója que esteja atualmente no poder ou esteve no passado, vai depender do resultado do resultado da adivinhação. Ifá irá escolher a melhor candidata entre as candidatas elegíveis apresentadas. Ela continuará a levar a cabaça até que ela está pronta para se casar.
No ano em que ela se casar, será seu último momento de transportar a cabaça. Ela voltará para a casa de seu marido quando regressar do rio.
A Arugbá lidera o cortejo real ao santuário principal de Òşún no dia do grande final do festival de Òşún. Os tambores falantes (como pode ser visto abaixo. Fig. 3.1) anunciam a saída da Arugbá para a procissão do ritual do santuário principal de Òşún.
Este tambor é chamado bènbé. É o tambor favorito de Òşún. Esses tambores são mantidos no santuário do palácio. Eles utilizam principalmente Dùndún, conjuntos musicais, para diversas atividades ligadas a Òşún.
Ela é levada para o santuário de Òşún, antes do início dos rituais, onde permanecerá por sete dias, passando por diversos rituais de purificação.
A procissão terá início a partir do palácio, com música e canções até o santuário principal de Òşún.
Muitos sacerdotes e sacerdotisas de Òşún devem orientá-la e cuidar para que ela não caia/leve um tombo.
É a oração da Ìyá Òşún e de outros oficiantes cultuais que são realizadas para que a Arugbá não caia, ela não pode cair no chão. Isto, porque o tombo é considerado um mau presságio e símbolo do mal, ela não pode cair.
Iniciação da Arugbá:
A iniciação da Arugbá faz parte do festival de mascaras. O banho da Arugbá recém escolhida acontece antes do referido festival. Eles a levam para um local fora deste ambiente. Eles vão preparar a cabaça que será usada no festival de Òşún.
No momento que forem tiradas todas as coisas da baça ele deverá estar no chão.
No momento em que tudo isto termina ela deve estar junto da Ìyà Òşún para o início do festival. Muitos rituais serão feitos nela, pois, ela vai carregar a cabaça de Òşún com sucesso durante a procissão até a floresta sagrada.
Estes rituais vão fazer dela apta ritualmente e cerimonialmente limpa de todas as imundices que Òşún detesta e abomina.
A observação mostrou que a ideia da Arugbá no festival de Òşún é um fenômeno estranho em outros lugares onde Òşún é adorada.
Este cargo pode ter sido instituído em Ọșogbo para simbolizar a empregada que carregava a cabaça contendo o Otá de Òşún quando trouxeram os utensílios sagrados de Òşún para Osogbo, na fundação da cidade.
Durante o festival das máscaras, ela vai dançar com a cabaça no chão.
Sua limpeza ocorre antes do festival de máscaras. Eles fazem a mesma coisa, como trazer a cabaça com eles, fazendo uma procissão até o mercado.
Eles trazem a cabaça e não se deve olhar ou ser visto seu interior tanto na ida como na volta. Eles então pegam tudo e levam a cabaça para a sala (santuário interior). Quando eles fazem a limpeza, a cabaça já estará fora deste lugar, é neste momento que eles se dirigem ao rio.
Òşún por meio da Ìyá Òşún, que consultará o oráculo, escolherá a nova Arugbá.
O sacerdote de Òşún ira autenticar a candidata. A pessoa escolhida deve ter algumas qualificações: Ser da família real, ser solteira e virgem.
Os adivinhos não precisam conhecer a aparência física da candidata antes da adivinhação.
Òşún pessoalmente irá escolher a pessoa que ela quer, através do oráculo. Somente Òşún sobre quem será esta pessoa. Mesmo que a pessoa esteja no exterior as pessoas iram busca-la.
Òşún vai identifica-la e deixar que as pessoas saibam e conheçam quem irá carregar sua cabaça. Portanto, antes dela ser apontada, ninguém poderá dizer quem será, apenas Òşún sabe quem ela é, ela vai descreve-la e dar o seu nome para que eles saibam que é.
Durante o festival das máscaras, onde se traz a imagem de diversas divindades, é feito uma vigília noturna. Eles dançam, cantam, fazem oríkì das divindades representadas e as carregam andando pela cidade.
A Arugbá anterior que estão pela vizinhança participam do festival de máscaras e andam pela cidade avisando ao povo que a nova Arugbá foi escolhida. Isto é feito no início da manhã do segundo dia do festival de máscaras.
A nova Arugbá tem que seguir as máscaras em público enquanto eles anunciam a sua escolha.
Este fórum é para dizer a comunidade que eles escolheram outra devotada criada de Òşún. A iniciação tem lugar no santuário do palácio (não é feito no santuário principal).
A Arugbá recém escolhida será levada para o santuário do palácio para ser limpa por diversas divindades (são vários cultos tradicionais).
As sacerdotisas que estão no comando da iniciação vão buscar água no rio Òkánlà para o banho e iniciação da cerimônia.
Esta água é derramada sobre a candidata de forma intermitente enquanto elas invocam os nomes de diversas divindades das águas. Alguns outros itens inclusos neste ritual são folhas, principalmente Òdúndún e rinrin. Estas folhas são consideradas sagradas ao lado dos valores medicinais que contém.
A candidata é lavada nua com folhas e eles derramam a água do rio Òkánlà sobre ela. A lavagem com invocação de várias divindades conota um processo de iniciação dentro da comunidade. Isto demonstra interação entre as divindades do panteão yorùbá.
Diferentes folhas são combinadas para a lavagem da devotada empregada. Quando eles lavam a candidata eles cantam invocando várias divindades desta forma:
Òşún Ọșogbo, venha e dance
Pàkòkó, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Òşún Búsanyìn, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Ibú Aásè, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Òkè Ọbátèdó, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Ìdí Bàbá, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Sàngó, venha e dance
Muito bem, proprietário do rio!
Ợya, venha e dance
Muito bem, proprietária do rio!
Eles derramam a água do rio Òkánlà em seu corpo, enquanto cantam, eles chamam os nomes de todas as divindades, cerca de cento e quarenta.
Eles vão usar várias folhas, folhas de cada divindade para limpar a candidata e será derramada pequena quantidade de água em seu corpo.
Quando terminarem de chamar todas as divindades o restante da água será derramado em seu corpo.
Isto quem faz são as sacerdotisas.
No passado as sacerdotisas de outras divindades, como Ợbàtálá, Şàngó e Òya também estavam presentes a iniciação, agora o egoísmo não mais permite, elas somente permitem ao seu grupo estar presente.
A iniciação é feita exclusivamente por mulheres, não pode haver a presença de nenhum homem.
Ela envolve apenas as sacerdotisas e a Ìyá Òşún e todas as sacerdotisas de outras divindades estarão no palácio apenas para enfeitar a ocasião.
Outros sacerdotes, tanto homem, como mulheres de outras divindades ficam de fora.
O passado da Arugbá deve estar presente no local da iniciação, não só o passado imediato, as mulheres idosas devem estar presentes também.
As sacerdotisas a lavam com suas vestes naturalmente. Não há necessidade de nudez.
Estes banham continuam com a água do mesmo rio até o próximo festival de Òşún. Isto implica que os banhos da Arugbá recém escolhida serão com as águas deste rio. É assim que uma candidata a Arugbá é escolhida. É assim que uma candidata se torna qualificada.
Eles então colocam duas contas em seu pescoço com os símbolos de Òşún. Em outras palavras, ela estará casada com Òşún.
A Arugbá recém iniciada vai para o santuário principal a cada cinco dias para adorar Òşún e entrar em comunhão com ela.
A partir deste momento, ela ficará com a Ìyá Òşún até o dia de seu casamento.
Ìwòrò and Ìsòrò:
Os membros, do sexo feminino, do culto de Òşún em Ọșogbo são chamadas de Ìwòrò entre os quais temos a Ìyálásè de Òşún, Ìyà ewé e Òsì Awo.
O número de membros dependa da necessidade dentro do culto. Isso significa que elas podem indicar um maior ou menor número para uma mais fácil administração do culto.
Os homens, membros do culto são chamados de Ìsòrò, entre os quais temos o Balógun Òşún e o seu Òtún.
Durante o festival, os dois grupos oficiantes aparecem para ajudar a administrar e facilitar as coisas dentro do culto.
No início não era assim. Além disso a disparidade de nomes, Ìwòrò e Ìsòrò é patriarcal, especialmente se formos interpretar etimologicamente essas duas dicções.
Ìwòrò é cunhado a partir de: I = partícula que representa algo ou alguém.
Wo = uma partícula que representa o verbo ver/assistir.
Orò = uma partícula que representa um substantivo que significa ritual que se realiza.
Temos então Ìwòrò como resultado da elisão que significa:
Aquele que vê ou assiste um ritual e não o realiza ou executa.
Agora temos.
I = partícula que significa algo/alguém.
Se = uma partícula que significa fazer/executar/agir
Orò = uma partícula que é um substantivo que significa que eles usam traje branco.
As mulheres entre eles trançam os cabelos e adornam com búzios.
Todos eles colocam contas de coral, ambos os grupos, no pescoço e pulso.
Todos participam do culto de Òşún, quer durante os dias, as semanas e o festival anual.
Eles também devem saber como louvar Òşún poeticamente. O mais importante, eles orientam e protegem os movimentos da Arugbá durante o ritual no santuário principal e durante a procissão no último dia do festival.
Eles também ajudam as pessoas na busca de água no rio de Òşún, eles se tornaram ritualisticamente habilitados para este ato.
Mo jùbá Erelú Òşún Funkè
Aboru, Aboye Ìyánifá Funmilola
Fonte:
George Olusola Ajibade
Bayreuth Estudos Africanos Documentos de Trabalho
Tradução: Odé Ợlaigbò
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