Ori
Orunmilá estava um dia distraído
e de repente deu-se conta que era observadopor Morte, Doença, Perda, Paralisia e Fraqueza.
Orunmilá ouviu o que diziam,
que elas diziam umas às outras:
"Um dia a gente pega este aí".
Elas riam desavergonhadamente,
plantavam bananeira,
faziam micagens e gestos obscenos.
"Mais cedo ou mais tarde a gente pega este aí."
Orunmilá assustou-se.
Orunmilá voltou para casa.
Orunmilá foi consultar o seu Ori.
Somente Ori podia salvar Orunmilá.
Somente Ori podia livrar da Morte.
Só a cabeça poderia livrá-lo da Doença.
Era o Ori que o livraria da Perda.
O Ori de Orunmilá o livraria da Paralisia.
Somente seu Ori podia livrá-lo da Fraqueza.
Orunmilá foi consultar sua cabeça.
O Ori livra o homem dos males.
Orunmilá fez os sacrifícios à cabeça, fez bori(**).
Ori aceitou as comidas oferecidas,
ficou forte e expulsou os problemas de Orunmilá.
Nada mais podia ameaçar o seu devoto.
Ori salvou Orunmilá da Morte e da Doença,
da Perda, da Paralisia e da Fraqueza.
Ori livrou seu devoto de todas as ameaças.
(*) Ori = divindade da cabeça de cada indivíduo, recebe oferendas no ritual do bori.
(**) bori = sacrifício à cabeça; primeiro rito de iniciação no candomblé.
Ori livra Orunmilá de ameaças. Wande Abimbola, 1976, p.116.
Antes do orixá, deve-se louvar a cabeça do devoto. Em iorubá os nomes da Morte, Doença, Perda, Paralisia e Fraqueza são: "Iku","Árùn", "Ófò","Ègbà", "Èsé".
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