Ifá
Em Ifá encontrasse os desígnios de Deus (Olodumaré) para com
a humanidade, as leis morais que devem ser seguidas na sociedade com o próximo,
os verdadeiros valores familiares entre pai, filho, mãe, esposa em prol da
construção de uma família feliz, os mandamentos que dão noção do que é sagrado
aos olhos de Deus
Que apresentam os limites que necessitamos ter diante da
vida, nos mostrando onde somos castigados, onde somos abençoados, onde
fracassamos, onde vencemos, nos dando a noção e o parâmetro do certo e do
errado, da felicidade e da tristeza, da riqueza e da pobreza, do que é ser bom,
do que é ser ruim, a vida e a morte, do bem e o mal, tudo de acordo com o
propósito e a razão de Olodumaré ter criado a humanidade e o mundo.
Quem é Orunmilá?
Orunmilá é o testemunho de tudo que foi criado por Olodumaré.
Profeta de Deus.
Diz Ifá que quando Olodumaré criou o mundo, ordenou que
Orunmilá presenciasse sua criação e que ele seria o detentor de todo o segredo
da existência humana e que sua missão no mundo seria levar aos homens a
salvação através de Ifá, seria o encarregado de transmitir na Terra seus
desígnios, para que os homens compreendessem a razão pela qual estariam no
mundo e assim buscassem sua evolução através do destino que a cada um foi
sentenciado.
De acordo com tal evolução chegariam às respostas, que
consecutivamente dariam condições e sabedoria de vencer a morte prematura, o
infortúnio, as doenças, as tragédias, a perda, e o fracasso, alcançando a
realização e o cumprimento de sua missão.
Caso não evoluíssem confrontariam com os males do mundo,
criado por Olodumaré na razão de dar sentido à vida e a seus propósitos como
criador, fracassando assim em sua jornada e teriam que voltar em outra vida,
com um destino pior, por não ter superado as provas impostas por seu destino.
Orunmilá é um orishá da cultura Yorubá, orishá da mais alta
sabedoria, é o maior orishá entre os orishás, dado sua sabedoria e grandeza e
sua importância com a humanidade.
Orunmilá foi a quarta divindade criada por Olodumaré, incumbindo
da missão de salvar a humanidade na Terra.
ORUNMILÁ é tão sábio, que é o único capaz de interpretar a
palavra de Olodumaré (IFÁ)
Orunmilá é uma entidade e Ifá é um sistema religioso.
Devemos entender que Orunmilá é o intérprete entre Olodumaré
e toda sua criação, o único que conhece o princípio e o fim de tudo que existe
no mundo.
O que é Ifá?
Dentro de Ifá estão contidos todos os segredos da vida e da
morte e de todas as coisas existentes no mundo.
IFÁ foi onde Olodumaré registrou toda sua criação.
É com auxílio da palavra e da sabedoria de Ifá que nos
munimos do saber necessário para sairmos vitoriosos dos obstáculos existentes
no mundo (infortúnio, tragédias, morte, etc.) e principalmente do destino que a
nós foi recomendado. Alcançando assim o êxito na vida.
O que é Ifá: Ifá é um sistema criado por Deus, sendo este seu
próprio raciocínio. Em Ifá narra como Olodumaré criou o mundo e para quê.
Ifá é a cosmologia completa do contexto Yorubá.
Um Sistema adivinha tório composto de crenças ritualísticas,
que formam seu contexto filosófico de todo o sistema teológico, baseado na
essência do povo Yorubá.
O sistema de Ifá narra a existência humana através de pontos
fundamentais como: Orishá, quando falamos de todo o contexto Yorubá devemos ter
a consciência que parte dele são os orishás, já que os deuses Yorùbás são os
ancestrais divinizados do povo Yorubá, suas origens e seus segredos compõem
parte do sistema de Ifá.
Onde nos deixa claro que a verdadeira essência e segredo de
cada orishá provém de Ifá.
O sistema de Ifá, narra parte do segredo da vida baseado na
passagem dos deuses Yorùbás sobre a terra, em contrapartida os orishás passaram
a existir graças ao sistema teológico de Ifá.
É certo dizer que os orishás nascem de Ifá, pois em seu
nascimento receberam um Òdú para se reconhecer como tal, compreendendo então
sua missão com a humanidade e com Olodumaré.
Os orishás diversas vezes dentro dos escritos de Ifá
recorreram à sabedoria de Orunmilá no intuito de se encontrar no mundo.
Quero frisar há todos que não existe orishá sem Ifá e nem Ifá
sem orishá, seria uma ignorância pensar ao contrário, já que o contexto de Ifá
é formado por tudo que existe no panteão Yorubá inclusive os orishás, sendo Ifá
o princípio de todas as coisas, a própria criação divina.
Dentro do entendimento teológico Yorubá, os orishás foram
criados por Olodumaré para auxiliar o homem em sua trajetória na terra.
Os Orishás representam toda a essência do homem dividida em
divindades. Olófin criou a essência da humanidade em sexo masculino e feminino
com suas virtudes e imperfeiçoes, para representar cada uma delas criou os
orishás no objetivo de compor cada uma e assim Olófin dividiu as divindades com
suas virtudes e defeitos.
Ele precisava manter a imagem de Deus intacta e também porque
deveríamos ser guiados por deuses que fossem sagrados, mas que fossem como nós,
espelho e a imagem do homem, em um contexto geral.
Daí surgiu Oggún trabalhador, valente, guerreiro, sua força e
seu raciocínio se apoiariam na brutalidade, onde teria dificuldades em outros
aspectos da vida; criou Oshún, deusa da sensualidade, do amor, da vaidade
feminina, da complacência, da mulher intuitiva, de grande saber, entendendo
também, que da vaidade nasce a inveja, do amor nasce a carência e assim por
diante.
Compreendemos ao depararmos com a essência de nossos sagrados
deuses, que não existe nada perfeito no mundo.
Os orishás são os progenitores da natureza humana e cada ser
humano tem um como base de seu nascimento.
De Acordo com o orishá tutelar, se explica porque uns tem
dificuldades para uma coisa e outros não, uns sofrem mais por um motivo e
outros não.
Devemos entender que o papel do Ori nesse senário é manter a
razão e o equilíbrio diante de tal natureza interior.
Quando o ser humano vem ao mundo, ele vem com seu Ori
individual, raciocínio próprio, mas esse raciocínio se limita ao contexto
terrestre, logo seu orishá é inserido em seu Ori, acoplando ao mesmo a essência
inicial (virtudes e imperfeições) de um ser humano que trilhará pela terra, com
rasgos característicos com seu orishá tutelar e logo recebe seu Òdú razão,
propósito do nascimento, destino na Terra.
E diante de sua trajetória na Terra essas virtudes e
imperfeiçoes se manifestam.
Sabemos que
todos temos Ori individual, que diferencia um ser humano de outro, o que
devemos entender é que nossa essência base vem de nosso orishá e por este
motivo se chama: Orishá alagba Tobí.
Ifá narra
que não há orishá maior que nosso próprio orishá.
Ori é o ser
individual da cada um, porém depende de sabedoria para se evoluir e de seu
orishá para guiá-lo em sua trajetória terrestre, quanto mais o Ori se
desenvolve, melhor equilíbrio e razão ele encontrará dentro da essência
(virtudes e defeitos) base de todos os seres humanos, fazendo as boas escolhas
na vida.
Quando o
Ori é fraco ou debilitado, fica vulnerável a parte negativa de sua essência, é
onde passa a ser dominada facilmente em estágio avançado, pelos vícios das
drogas, bebida, do roubo, da maldade etc.
Em outros
estágios tornando-se uma pessoa frágil diante das vicissitudes da vida, não
tendo força suficiente para superar seus conflitos, fracassando continuamente
em todos os pontos da vida.
Orishá é
quem fortalece esse Ori, Ifá é quem proporciona a sabedoria para que Ori se
desenvolva encontrado forças para se superar e ser um vencedor.
Lembrando
que nossos orishás são os responsáveis por nos guardar neste mundo, eles são
encarregados de rogar por nós aos pés de Olodumaré (Deus).
Ifá também
é composto de Eggun, que seria o espírito de tudo que existe no mundo, os ancestrais,
a origem da morte, a reencarnação.
Eggun sendo a própria continuidade, já que o
espírito nunca morre, se mantem vivo até sua reencarnação, a descendência, o
mundo paralelo aos vivos, início de tudo, pois da morte se nasce à vida como a
dinâmica da criação.
Sendo
assim, o culto a Eggun é fundamental para todos que pertencem aos cultos Yorùbás.
A matéria
Eggun é extensa, em outro momento falaremos mais a fundo.
O passo do
ser humano sobre a terra, a forma masculina e feminina, seus conflitos, sua procriação,
seu destino, seu nascimento, sua vida e morte, em conjunto com orishá e Eggun,
aliado às crenças, a liturgia religiosa Yorubá, os ritos, a filosofia, o maior
sistema de adivinhação existente, compõe o que chamamos de Ifá.
O oráculo de Ifá.
É com a
utilização do oráculo de Ifá que o Babalawô consulta e se conecta com a
espiritualidade do grande profeta Orunmilá e através dele alcançamos a
sabedoria de Ifá.
O Oráculo
de adivinhação de Ifá é utilizado de duas formas diferentes, uma é através dos
Ikins, sendo está mais utilizada nas consagrações, a outra é com Okpelé, uma
corrente com oito elos de semente sagrada, onde através dele alcançamos a
configuração que expressa a saída de um determinado Òdú de Ifá, pelo qual
Orunmilá estabelece sua adivinhação.
Os Ikins
são dezesseis sementes de dendezeiro que são utilizadas para a adivinhação.
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