domingo, 28 de fevereiro de 2016

Bàbàláwo

Bàbàláwo


No Brasil a grande maioria da população não conhece os verdadeiros Bàbàláwos, por uma questão histórica em nosso país praticamente não existiram sacerdotes de Òrúnmìlà.

Os traficantes de escravos temiam os Bàbàláwos por seus conhecimentos e pela liderança que eles exerciam um sacerdote de Ifá em um navio escravo certamente poderia criar grandes problemas para os donos dos navios.

Nos últimos anos o culto a Òrúnmìlà Ifá ficou muito popular fora da Nigéria, à necessidade de conhecer melhor a religião tradicional impulsionou a procura por esses sacerdotes.

Òrúnmìlà é o único òrìsà que conhece o destino dos homens e seus sacerdotes, os Bàbàláwos, são grandes conhecedores dos odus e da palavra de Òrúnmìlà.

Os Bàbàláwos no território yoruba (Nigéria) são homens muito responsáveis e respeitados por suas atitudes e em suas comunidades são considerados exemplos para todos os cidadãos.

São muitos os episódios envolvendo falsos sacerdotes de ifá nigerianos e brasileiros em nosso país.

Poremos últimos 30 anos, chegaram ao Brasil uma meia dúzia de bons sacerdotes de Òrúnmìlà isso inspirou inúmeros brasileiros a serem iniciados em ifá.

É interessante esse raciocínio, pois tantos foram aqueles sem escrúpulo que prejudicaram a imagem do culto a Òrúnmìlà  que teoricamente não deveriam existir pessoas querendo ser iniciadas em Ifá, no entanto bastou que poucos, mas verdadeiros Bàbàláwos chegassem até a o nosso território para que a religião tradicional yoruba se tornasse respeitada e o numero de iniciações em Ifá se multiplicasse.

Algumas pessoas me perguntam como identificar um Bàbàláwo de verdade, eu sempre simplifico dizendo que um Bàbàláwo de verdade tem um nome de verdade, usado conforme a tradição Yoruba.

Na realidade identificar um Bàbàláwo vai muito além de observar o seu nome, um Bàbàláwo tem uma postura digna, tem conhecimento, tem segurança e demonstra prazer em ser identificado como membro da sua família. 

O culto a Òrúnmìlà e os demais òrìsàs é ancestral e familiar, o que facilita a identificação do Bàbàláwo.

Não existe um Bàbàláwo ou uma Iyanifa que não use o nome de sua família, é impossível ser um sacerdote de Òrúnmìlà  sem que exista a ligação familiar.

Um sacerdote de ifá é educado para respeitar o seu Oluwo e a sua família, se isso não acontecer, ele jamais será um Bàbàláwo ou uma Iyanifa, no Brasil é comum nas religiões de matriz africana as pessoas desenvolverem um trabalho sozinho, longe de suas famílias, no ifá essa possibilidade não existe.

Um Bàbàláwo tem compromisso com a verdade, com a ancestralidade, para isso ele estuda a vida toda, aprendendo a usar o conhecimento de seus antepassados e baseando o seu comportamento nas orientações de Ifá.

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