OFERENDAS
A YEWÁ
Ewá come como oxumarê, porem, não pode faltar banana
frita com dedê que é sua comida favorita.
frita com dedê que é sua comida favorita.
- Para agradar Yewá -
Cozinha-se
16 pedaços de mandioca cortados em cubo. Depois de bem cozidos, coloca-se numa
panela de barro onde se acrescenta: Melado de cana; mel de abelhas; canela em
casca e 8 favas de anis estrelado. Deixa-se ferver em fogo brando durante vinte
minutos. Retira-se do fogo e, depois de frio, coloca-se à Yewá, deixando por
sete dias com velas acesas. Despacha-se num rio.
- Para conquistar um amor impossível -
Um
coração de cera dentro do qual se coloca os nomes das pessoas interessadas,
escritos 7 vezes, um ao lado do outro. O papel, depois de escrito, é enrolado
em forma de canudo e atravessado por sete agulhas de cozer. Coloca-se o tubinho
dentro do coração de cera e acrescenta-se: Uma folha de abre caminho; uma folha
de elevante; sete pétalas de rosa vermelha; um pedaço de talo de
comigo-ninguém-pode; um pouco de pó de osun; pó de peixe defumado; milho
torrado; azeite de dendê e mel de abelhas.
Coloca-se o coração dentro de uma panelinha de barro, completa-se com
azeite de oliva e entrega-se ao Orixá, com uma vela de sete dias acesa e
pedindo-se o que se quer. Despacha-se num rio.
- Para obter uma graça -
Cozinha-se
sete raízes de mandioca pequenas, descascadas. Arruma-se numa travessa de barro
e cobre-se com: melado de cana; açúcar mascavo; uma pimenta da costa em cima de
cada raiz de mandioca; pedaços de coco cortados em tiras finas e mel de
abelhas. Arreia-se diante de Yewá e despacha-se, sete dias depois, numa lagoa
de água doce.
- Para agradar Yewá -
Numa
tábua nova e limpa que flutue, coloca-se um pargo sem escamas, do qual foram
retiradas todas as entranhas. Dentro do pargo coloca-se: Um papel no qual se
escreveu o que mais se deseja na vida; um pouco de pipoca; 7 grãos de
pimenta-da-costa; sete pedacinhos de coco seco; osun; lelekun; sete pétalas de
rosa vermelha; mel de abelhas e azeite de dendê. Costura-se a barriga do peixe,
coloca-se em sua boca um anzol de pesca e arruma-se, em cima da tábua, com sete
velas acesas em
volta. Entrega-se nas águas de uma lagoa, que sejam
tranqüilas, para que a tábua flutue na superfície. Este adimú tem que ser oferecido
à noite, com céu estrelado e lua crescente.
- Para se obter uma graça -
Prepara-se
uma boa quantidade de pipocas, arroz branco cozido e canjica cozida. Coloca-se,
numa travessa de barro, primeiro uma camada de arroz; por cima, uma camada de
canjica e, finalmente, a pipoca. Sobre tudo isto, espalha-se uma boa porção de
camarões fritos em azeite de dendê (sem limpar, apenas lavados). Rega-se com
azeite de dendê e enfeita-se com rodelas de tomate. Arreia-se aos pés de Yewá
por sete dias com duas velas acesas. Despacha-se, à noite, aos pés de uma
árvore que dê flores.
- Para se obter proteção -
Pega-se
um peixe de tamanho médio que se limpa e corta em postas. Com a cabeça
do peixe prepara-se um pirão de farinha de mandioca, ao qual se acrescenta
folhas de coentro e alguns grãos de ataré. As postas são cozidas com pimentão;
coentro; anis estrelado em pó e gengibre ralado. À parte, frita-se em azeite
dendê, sete camarões grandes, com cabeça e casca. Forra-se uma travessa de
barro com bastante folhas de alface, sobre elas derrama-se o pirão depois de
frio; arruma-se as postas de peixe e coloca-se por cima os camarões fritos.
Bate-se as claras de sete ovos até que atinjam o "ponto-de-neve" e
com isto, cobre-se todo o adimú. No centro, sobre a clara, coloca-se um obi de
quatro gomos aberto. Este adimú deve ser entregue à Yewá na beira de um lago ou
rio de águas mansas e limpas, em noite de céu estrelado. Os pedidos que forem
feitos são endereçados ao firmamento e o adimú, antes de ser arriado, deve ser
mostrado aos quatro pontos cardeais, começando-se pelo este, depois o norte, o
oeste e o sul.
- Para apaziguar Yewá -
Prepara-se
uma papa de milharina vermelha temperada com coentro. Refoga-se em azeite de
dendê, cebola branca bem picadinha e uma
porção de camarões secos. Coloca-se, numa travessa de barro, primeiro a papa de
milharina e, por cima dela, os camarões secos refogados. Rega-se com dendê e
enfeita-se com sete ovos cozidos cortados em rodelas. Sobre cada
rodela de ovo cozido coloca-se um pouquinho de cebola branca ralada. No meio
coloca-se um tomate cortado em quatro, sem as sementes, dentro do qual se
coloca um obi de quatro gomos. Arreia-se nos pés de Yewá com velas acesas e
despacha-se, depois de sete dias, nas margens de um rio de águas limpas.
Torra-se feijão fradinho, milho vermelho e amendoim. Coloca-se num alguidar e cobre-se com mel de abelhas, vinho branco e canela
A Yewá, também se oferece:
ResponderExcluir- doce, feito da polpa dos frutos da palmeira buriti;
- batata baroa;
- tiras de banana -da-terra, fritas no azeite-de-dendê ;
- lelê com coco;
- farofa, feita da massa do acarajé;
- inhame frito no dendê.
No Candomblé Brasileiro, existem duas vertentes sobre a Iyagbá Yewá:
ResponderExcluir- uma que a associa fortemente ao Orixá Oxumarê;
- outra que a associa a Xangô.
A primeira sugere que essa divindade, tal qual a Oxumarê, seria oriunda da cultura Ewe-Fon. No entanto, a segunda discorda, afirmando tratar-se de uma genuína divindade nagô-yorubá. A questão, permanece em aberto.
Contudo, em todas os antigos templos da Nação Jeje, tradicionalmente não encontramos culto a essa divindade. Isso fica explicito no livro biográfico, "Gaiaku Luiza: e a trajetória do Jeje-Mahi na Bahia".
Mas também em citações referentes a Casa Grande das Minas do Maranhão, que diz que o assentamento de uma divindade feminina, cujo nome sugere tratar-se da mesma Yewá, teria sido levado a Casa de Nagô.
Outro dado, é referente ao repertório musical à essa divindade, em sua totalidade em nagô-yorubá arcaico.
Existe a possibilidade, que essa associação feita ao Orixá Oxumarê, tenha se dado no Brasil, particularmente na Casa de Oxumarê. Que inclusive reivindica para si, a introdução ou revitalização do culto a essa divindade no Brasil.
Enfim, polêmicas históricas à parte, mas muito ainda precisamos pesquisar e entender sobre essa misteriosa divindade, relacionada ao mistério e a magia da transformação de todas as coisas.