OFERENDAS A XANGÔ
- Para apaziguar Xangô -
Cozinha-se
um inhame-da-costa. Com o inhame cozido e descascado faz-se uma massa à qual
acrescenta-se: azeite de dendê; mel de abelhas; pó de peixe defumado e orogbô
ralado. Depois de bem misturado faz-se seis bolas. Em cima de cada bola se
coloca uma moeda de cobre. Arruma-se no centro de uma gamela de madeira e, ao
redor, coloca-se seis sapotís (Achras sapota, L.) bem maduros. Deixa-se aos pés
do Orixá durante seis dias. Envolve-se num pano vermelho e leva-se aos pés de
uma palmeira imperial (Oreodoxa regia).
- Para agradar Xangô - Pega-se
seis sapotís maduros, abre-se ao meio, retira-se as sementes e arruma-se numa
gamela. Dentro de cada sapotí coloca-se: Seis grãos de milho torrado; seis
pedacinhos de coco seco; um orogbô (para cada sapotí); um pouquinho de melado
de cana; mel de abelhas; azeite de dendê; um ataré e um pouco de vinho tinto.
Deixa-se por seis dias nos pés do Orixá com uma vela acesa, que deve ser
renovada todos os dias.
- Para tirar uma pessoa do cárcere -
Um
talo de folha de afomã (Ficus Membranacea); um pedaço de galho de cedro
(Cedrela mexicana); osun; efun e ori-da-costa. Raspa-se talo de afomã e o galho de cedro. O pó obtido
é misturado aos demais ingredientes e com a massa resultante, faz-se uma bola
que deverá ficar, por seis dias, dentro da gamela de Xangô. Despacha-se o mais
próximo possível do local onde a pessoa estiver detida e, se isto não for
possível, no alto de uma pedra de onde se aviste a cidade.
- Para assegurar vitória em questões
judiciais -
Embrulha-se, em pano vermelho, seis varetas ou palitos de
cedro; seis pimentas ataré; seis grãos de milho torrados; um pouquinho de pó de
peixe defumado; um orogbô inteiro e uma folha de cedro. Amarra-se bem amarrado
com linha branca e deixa-se dentro da gamela de Xangô. No dia da audiência ou
julgamento, a pessoa deve portar o embrulhinho num de seus bolsos.
- Adimú para boa sorte -
Pega-se
seis ovos de galinha d'Angola e unta-se as cascas com: Azeite de dendê; mel de
abelhas; ori-da-costa; pó de efun e pó de osun. Coloca-se numa gamela ou
alguidar de barro e sopra-se, em cima, vinho tinto e aguardente de cana.
Deixa-se diante de Xangô por seis dias e depois, passa-se os ovos na pessoa, embrulha-se
em pano vermelho e despacha-se aos pés de uma palmeira imperial.
- Para obter uma graça -
Compra-se
o romã mais bonito que se puder encontrar, abre-se a fruta ao meio no sentido
vertical e retira-se, de seu interior, todas as sementes. Coloca-se, no lugar
das sementes, um pouquinho de osun; um pedacinho do talo de
comigo-ninguém-pode; um pouquinho de raspa de pó de cedro; um pouquinho de
raspa de madeira de irôko; seis ataré; um pouquinho de azeite de dendê; mel de
abelhas e um pouquinho de canela em pó. Une-se as duas partes do romã, envolve-se num
pedaço de pano vermelho e enrola-se bem, com linha branca. Derrete-se, em
banho-maria, uma quantidade de cera de abelhas. Na cera derretida vai-se
mergulhando e retirando a bonequinha de pano com a fruta dentro, dando-se
voltas para que a cera fique aderida ao tecido. Repete-se a operação até que se
transforme numa bolota de cera. Deixa-se secar até que a cera fique bem durinha
e, somente então, coloca-se dentro da gamela de Xangô, onde deverá permanecer até
que a graça seja alcançada. Depois de atendido o pedido feito ao Orixá,
despacha-se a bolota nos pés de uma palmeira real.
- Para agradar Xangô e obter sua
proteção -
Arruma-se, numa gamela grande, 12 tomates maduros; 12
laranjas-da-china; 12 bananas-da-terra verdes; um inhame-da-costa; uma cabaça
de pescoço; 12 orogbôs; 12 caramelos; 12 fatias de pão e 12 ataré. Rega-se tudo
com muito mel de abelhas, vinho tinto e melado de cana. Coloca-se diante de
Xangô e deixa-se por 12 dias, renovando a vela diariamente. No fim dos doze
dias leva-se a um campo e deixa-se ali.
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