domingo, 28 de fevereiro de 2016

IROKO

IROKO

QUANDO FALAMOS DE IROKO, DEVEMOS LEMBRAR QUE O ÒRÌSÀ IROKO NÃO É UMA QUALIDADE DE SÀNGÓ COMO MUITOS COSTUMAM DIZER POR AÍ.
IROKO É UM ÒRÌSÀ FITOMORFO YORUBA, QUE NA ÁFRICA SEU OJUBÓ É EM UMA ÁRVORE, DENOMINADA ÌROKÒ (NÃO CONFUNDIR COM O NOME DA DIVINDADE) TECA AFRICANA OU MAOGANI (CHLOROPHORA EXCELSA-MORÁCEA).
JÁ NO BRASIL SUA ÁRVORE SAGRADA E TAMBÉM ASSENTAMENTO, FOI SUBSTITUÍDA PELA GAMELEIRA BRANCA (FÍCUS DOLIARIAM) QUE É CONSIDERADA ÁRVORE SAGRADA DESSE ÒRÌSÀ (NO BRASIL).
RIGINARIAMENTE ELE É UMA DIVINDADE JEJE ADOTADO PELOS YORUBÁ ASSIM COMO, BESEYN, AZAÚANI, NÀNÁ ENTRE OUTROS QUE TEM CULTO NO CANDOMBLÉ DE RITUAL KETU-ÈGBÁ (YORUBÁ) E NÀGÓ-VODUN (FON, OU MAHI), SENDO ASSIM FALA-SE DESDE OS TEMPOS MAIS REMOTOS QUE ELE É DA FAMÍLIA DE OMOLU, POR SER DO MESMO TERRITÓRIO, O DAHOMEY, SEU CULTO OUTRORA, ERA FEITO EM UMA ALDEIA CHAMADA DJÁ POPO, ENTRE OS JEJE É CHAMADO DE LOKO E LOKOZUN.
SEU CULTO É MUITO POUCO DIFUNDIDO, POIS, NOS DIAS DE HOJE QUASE QUE IMPOSSÍVEL INICIAR ALGUMA PESSOA NO CULTO A IROKO. MAS AS FAMÍLIAS TRADICIONAIS DE CANDOMBLÉ AINDA MANTÊM SEU CULTO ASSIM COMO SEUS OJUBÓ.
O DIA CONSAGRADO A ESSE ÒRÌSÀ É A TERÇA-FEIRA, SEUS FILHOS ANTIGAMENTE USAVAM CONTAS BRANCAS RAJADAS DE CINZA COM FIRMAS DE MADEIRAS TIRADAS DA PRÓPRIA ÁRVORE SAGRADA E TAMBÉM O LAGDIBÁ, SUAS INSÍGNIAS SÃO UMA BENGALA DE MARFIM E UM ESPANADOR DE PALHA DA COSTA TRABALHADO COM MIÇANGAS E BÚZIOS.
*** É RARO SEUS INICIADOS INCORPORAREM, POIS ESSE ÒRÌSÀ É MUITO VIOLENTO E É DIFÍCIL DE ACALMAR A SUA CÓLERA, ASSIM COMO ORISÁ DADÁ, ELE RARAMENTE, OU NUNCA, “DESCE” EM ALGUM DE SEUS INICIADOS.
IROKO É O ÒRÌSÀ ANTIGO, CULTUADO NO BRASIL NA GAMELEIRA BRANCA (EM SÃO PAULO NUM ILÈ HÁ UM IROKO ASSENTADO HA MUITOS ANOS PLANTADO). IROKO É A ARVORE PODEROSA ONDE SE DEPOSITAM OFERENDAS, ARVORE ONDE SEUS GALHOS ALCANÇAM O ORUN, E ONDE REPOUSA O OLOFIN.
É ARVORE PARTÍCIPE DO CULTO ÀS GRANDES ARVORES (APAOKÁ, AKOKO ENTRE OUTRAS). É O ÒRÌSÀ QUE GOVERNA AS GRANDES ARVORES, OS ESPAÇOS ABERTOS, E O TEMPO. CORRESPONDE AO LOKO ENTRE OS JEJES, ONDE NO CULTO VODUN OCUPA LUGAR DESTACADO COMPARADO APENAS À LISSÁ, E DAN, CORRESPONDE TAMBÉM A TEMPO ENTRE OS BANTOS (NAÇÃO ANGOLA).
IROKO É UM ORIXÁ ADAPTADO AO CULTO YORUBÁ. SUA ORIGEM É FON (JEJE) ONDE É CONHECIDO COMO LOKO, VODUN DE ALTÍSSIMA HIERARQUIA, FILHO DE NANÃ E IRMÃO DE SAKPATÁ E DE DANGBAGDA HUEDO. IROKO É CULTUADO NA ÁRVORE DO MESMO NOME O QUE NÃO IMPLICA NUM CULTO FILOLÁTRICO COMO POSSA PARECER AOS MENOS ATENTOS.
A QUESTÃO DE NÃO SE FAZER MAIS ESTE ORIXÁ NO BRASIL ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA AO FATO DE SEUS FUNDAMENTOS TEREM SE PERDIDO DE TAL FORMA QUE HOJE CHEGA A SER RELACIONADO, ERRADAMENTE, COMO UMA "QUALIDADE" DE SÒNGÓ.
ÒRÌSÀ IROKO
IROKO NSÒ? ERÒ, IROKO NSÒ, ERÒ.
(O que brota no Iroko? Calma é o que brota em Iroko, Calma)
IROKO, ÒRÌSÀ ANTIGO. PODEROSA ÁRVORE DA FLORESTA, EM CUJOS GALHOS SE ABRIGAM DIVINDADES E ANCESTRAIS. PODEROSA ÁRVORE DA FLORESTA, AOS PÉS DA QUAL SÃO DEPOSITADAS AS OFERENDAS PARA AS ÌYÀMI AJÈ. PODEROSA ÁRVORE DA FLORESTA, CUJAS RAÍZES ALCANÇAM O ÒRÚN ANCESTRAL E O TRONCO MAJESTOSO SERVE COMO APOIO AO PRÓPRIO OLÒFÍN. IROKO É PARTÍCIPE DO CULTO ANCESTRAL FEITO
ÀS ÁRVORES SAGRADAS (IROKO, APAOKA, AKOKO, ETC). NO BRASIL É CONSIDERADO O PROTETOR DE TODAS AS ÁRVORES, SENDO ASSOCIADO PARTICULARMENTE À GAMELEIRA BRANCA. SEU CULTO ESTÁ INTIMAMENTE ASSOCIADO AO DE OSÀNYÍN, A DIVINDADE DAS FOLHAS LITÚRGICAS E MEDICINAIS.
É O ÒRÌSÀ DA FLORESTA, DAS ÁRVORES, DO ESPAÇO ABERTO; POR EXTENSÃO GOVERNA O TEMPO EM SEUS MÚLTIPLOS ASPECTOS, FUNÇÃO QUE O EQUIPARA A AIRÁ (DIVINDADE DA FAMÍLIA DE SANGÒ).
 É CULTUADO PELAS NAÇÕES DE ORIGEM DAHOMEANA (MINA-GÊGE, GÊGE-MAHI) COM O NOME DE LOKÓ E PELOS BANTO-SUDANESES PELO NOME DE ZARATEMBO (A DIVINDADE TEMPO DA NAÇÃO DE ANGOLA).
É referido como "Òrìsà do grande pano branco que envolve o mundo", numa alusão clara às nuvens do Céu. As árvores nas quais Iroko é cultuado normalmente são de grande porte; são enfeitadas com grandes laços de pano alvo (oja fúnfún) e ao pé dessas árvores são colocadas suas oferendas, notadamente nas casas de origem Ketu, onde recebe lugar de destaque. Jamais uma dessas árvores pode ser derrubada sem trazer sérias consequências para a comunidade.
No culto aos Vodún, Loko ocupa lugar destacado, comparado somente à Lisa (Osalá) e Dan (Osùmarè). Iroko é invocado em questões difíceis, tais como desaparecimento de pessoas ou problemas de saúde, inclusive a mental. Seus filhos são altivos e generosos, robustos na constituição, extremamente atentos a tudo o que ocorre a sua volta.

Seu dia de culto é OJO ISEGÚN, juntamente com todos os Òrìsà ligados as matas e a terra.

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