domingo, 28 de fevereiro de 2016

OFERENDAS A OBATALÁ

OFERENDAS A OBATALÁ


- Merengue para agradar Obatalá - 
Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos em neve. Com as clara faz-se um monte sobre o qual se coloca uma pitadinha de efun e, ao redor, um obi branco de quatro gomos aberto, (cada pedaço do obí deve ficar de um lado do prato, em forma de cruz. Arreia-se aos pés de Obatalá pedindo o que se quer. (Para Oxaguian, faz-se com 8 claras, para Oxalufan, com dez ou dezesseis).

- Para apaziguar Obatalá - 
Vira-se ao contrário a tampa da sopeira de Obatalá, deixando-a sobre a sopeira. Forra-se o interior da tampa com algodão em rama. Bate-se oito, dez ou dezesseis claras de ovos como na receita anterior. Coloca-se o merengue (claras batidas em neve), sobre o algodão na tampa da sopeira, de modo que forme um monte. Salpica-se pó de efun no alto do monte de claras. Acende-se 8, 10 ou 16 velas brancas. No dia seguinte, recolhe-se o adimú, envolve-se num pano branco, e despacha-se numa mata limpa, em local protegido dos raios solares. A tampa, depois de lavada, fica no seu lugar normal.

- Para reverenciar Obatalá - 
Cozinha-se uma boa quantidade de canjica, lava-se em água corrente e escoa-se bem, deixando por algum tempo numa peneira, até que fique bem sequinha. Coloca-se numa tigela branca e rega-se com água de flor-de-laranjeira. Cobre-se com algodão em rama. Por cima do algodão, coloca-se um obí branco de quatro gomos aberto.

- Para agradar Obatalá - 
Procede-se da mesma forma acima descrita, só que, sobre o algodão, coloca-se quatro de pedaços de coco (sem as películas pretas) e, sobre eles, uma bolinha de ori-da-costa misturada com pó de efun. Pode-se, se quiser, cobrir tudo com merengue.

- Para agradar Obatalá - 
Prepara-se 8, 10 ou 16 acaçás. Cozinha-se uma boa quantidade de canjica que, depois de bem lavada e escorrida, é colocada numa bacia branca de ágata ou de louça. Arruma-se, sobre a canjica, um número de folhas de saião (Kalanchoe brasiliensis), que corresponda ao número de acaçás que se vai oferecer. Sobre cada folha, coloca-se um acaçá aberto. Em cima de cada acaçá coloca-se um búzio e um pouquinho de mel de abelhas. Deixa-se nos pés do Orixá de um dia para o outro e despacha-se em água corrente limpa. (A bacia volta para casa).

- Para problemas de caminhos fechados - 
Cozinha-se uma boa quantidade de canjica e separa-se a água em que foi cozida. Coloca-se a canjica numa tigela branca grande. Pega-se um igbín, meio metro de morim branco, uma garrafa com água de chuva e uma vela branca grande. Leva-se tudo ao alto de um morro e, num lugar limpo sob a sombra de uma árvore, arreia-se a tigela com a canjica sobre o pano branco. Molha-se o igbín, e coloca-se sobre a canjica dentro da tigela. Despeja-se o resto da água sobre o igbín, já sobre a tigela. Acende-se a vela, bate-se cabeça pedindo-se à Obatalá que, assim como aquele igbín vai encontrar seu caminho dentro da mata, que o caminho da pessoa seja aberto para o progresso, a paz e a harmonia. Ao retornar, toma-se banho com a água da canjica cozida misturada com água de poço. Veste-se roupa branca durante três dias e observa-se resguardo de boca e de corpo.

- Para obter uma graça - 
Frita-se 8, 10 ou 16 peixinhos brancos em óleo de girassol (Heliantus annuus). Cozinha-se arroz branco, como se fosse para comer, sem usar sal. Coloca-se o arroz cozido, depois de frio, num prato branco e sobre ele arruma-se os peixinhos fritos com as cabeças viradas para fora. No centro, sobre o arroz, coloca-se um pãozinho de trigo inteiro, regado com mel de abelhas. A pessoa que oferece o adimú deve, depois de entregá-lo, comer um pouquinho do arroz, retirando-o do prato, sem usar as mãos, diretamente com a boca.

- Para proteção - 
Cozinha-se um inhame-da-costa. Descasca-se, depois de cozido, e amassa-se bem, fazendo uma espécie de purê. Com a massa obtida, modela-se com as mãos, 8, 10 ou 16 bolas, em cada bola espeta-se uma moeda branca. Derrete-se uma porção de ori-da-costa e escorre-se um pouco do óleo sobre cada uma das bolas de inhame. Acrescenta-se pó de efun e cobre-se tudo com algodão em rama. Deixa-se nos pés de Obatalá por quatro dias e despacha-se aos pés de uma árvore frondosa, dentro da mata.

- Para recuperar a saúde - 
Pega-se oito ovos de galinha-d'angola, unta-se com ori-da-costa e pó de efun. Arruma-se os ovos dentro da tampa da sopeira de Obatalá virada ao contrário. Todos os dias, logo pela manhã, passa-se um ovo na pessoa doente e se coloca num prato no chão. Quando se tiver feito a mesma coisa com o último ovo, embrulha-se num pano branco, leva-se dentro de uma mata e bate-se com o embrulho no tronco de uma árvore bem grande, até sentir que os ovos se quebraram, deixa-se o embrulho aos pés da árvore e sobre ele, uma quantidade de moedas correspondente ao número de ovos utilizados.

- Para resolver qualquer dificuldade - 
Pega-se uma fruta pão que se abre em quatro, ao comprido, sem deixar que as partes se separem. Coloca-se a fruta aberta num prato branco, acrescenta-se arroz cru, coco ralado, mel de abelhas e pó de casca de ovos. Cobre-se tudo com algodão em rama e deixa-se diante de Obatalá por 10 dias, renovando, diariamente, a vela acesa. Despacha-se, envolto em pano branco, no alto de um morro.

- Para tirar uma pessoa da prisão - 
Pega-se dois pombos brancos, lava-se para que fiquem bem limpinhos (usar na água, ervas de Obatalá), deixa-se os bichos, por três dias, presos numa gaiola em frente ao igbá do Orixá. No terceiro  dia, leva-se as aves para o quintal, amarra-se no pé direito de uma delas o nome da pessoa que se deseja ver livre e, na outra, o endereço do local onde está presa. Solta-se os pombos sem jogá-los para o alto. Os pombos devem ser colocados no chão até que resolvam alçar vôo, não podem ser enxotados nem espantados, é preciso que permaneçam no local o tempo que quiserem.

- Para que Obatalá faça justiça - 
Oito, dez ou dezesseis espigas de milho verde bem tenras. Assa-se as espigas num braseiro e, quando estiverem assadas, unta-se com ori-da-costa e mel de abelhas. Coloca-se numa travessa branca, salpica-se bastante pó de efun e pó de lírio fiorentino; cobre-se tudo com algodão e se oferece a Obatalá, no alto de um morro à sombra de um arvoredo, com tantas velas acesas quantas forem as espigas oferecidas.

- Para obter prosperidade - 
Retira-se a casca de um coco seco; rala-se a polpa e coloca-se numa tigela grande. Junta-se à isso um copo de leite de cabra, oito colheres de mel de abelhas; oito folhas de saião e uma bola de efun desfeita em pó. Bate-se bem a mistura no liqüidificador. Depois de bem batida, coloca-se a mistura num tigelão branco, cobre-se a tigela com algodão em rama e enche-se um prato com arroz branco cru. A tigela com o líquido é colocada dentro do prato, sobre o arroz. Coloca-se, junto ao arroz, uma boa quantidade de moedas. Deixa-se nos pés de Obatalá, de um dia para o outro, com uma vela acesa. No dia seguinte, despeja-se o líquido da tigela num balde, acrescenta-se água de poço e toma-se um banho da cabeça aos pés. O arroz deve ser cozido para ser comido normalmente, com todos os temperos comuns. As moedas são atiradas dentro do poço de onde se retirou a água para o banho.


- Adimú de frutas - 
Obatalá é um Orixá que pode ser facilmente agradado com frutas. Dentre as diversas frutas que podem ser oferecidas em seus adimús, destacamos: Coco verde ou seco, (sempre que se oferecer coco seco a Obatalá, é imprescindível que se retire a película escura que fica agarrada à polpa da fruta); uvas brancas ou rosadas; laranja lima; lima da Pérsia; fruta-do-conde; melão; mamão; fruta-pão (uma de suas preferidas); pêssegos; frutas secas como: passas; tâmaras; figos; nozes; avelãs etc. (Observação: as frutas demasiadamente ácidas ou de cascas e polpas vermelhas ou pretas, devem ser evitadas).

3 comentários:

  1. Amei as oferendas para reverenciar Oxalá gostaria de saber o nome ori da Costa é no mesmo que banha de ori?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. E qual oferenda é feita para afastar problema com a justiça

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