sábado, 27 de fevereiro de 2016

ORI

ORÍ

Uma das divindades mais importantes na compreensão do Culto Yorubá é o Orí. 
Uma pessoa sem uma cabeça é uma pessoa sem direção. 
A cabeça é o primeiro a entrar no mundo na maioria dos casos, e é o domicílio de todas as escolhas.
 Em muitas sociedades africanas, a cabeça é tão importante que ela é adorada como a sede da personalidade e destino do ser humano. 
A cabeça é considerada o receptáculo de idéias, opiniões, emoções e está ligada ao destino e sorte de cada pessoa.
 “A origem ou a fonte de todo orí seria o Deus Supremo – Olódùmarè - ou o Grande Orí, do qual todo Orí deriva, visto que ele é, na verdade, o doador de todo Orí “. 
O conceito de Ifá sobre Orí é a integração do pensamento e da emoção que gera um Orí positivo ou de sabedoria.
O Orí está dividido em Orí Inú que é a Cabeça Interna ou Destino e Orí Òdé que é a Cabeça Física.
ORÍ ÒDÉ – a cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio, cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc.) e também pela personalidade e intelecto que resultará da interação daquele corpo com Orí Inú (cabeça interna).
ORÍ INÚ - a cabeça interna é a nossa personalidade divina, ou nosso “eu verdadeiro”, ou nosso “eu supremo ou superior”. Em resumo, nossa alma.
Todos os òrişá têm que respeitar a vontade e o livre arbítrio de Orí. Sempre, quando se inicia um culto, os devotos têm que tocar a terra com a testa como um ato de respeito ao primeiro Orí, a ancestralidade e a onilé de onde o orí foi formado e moldado por Ajalá, Obàtálá. Orí é o Deus portador da individualidade de cada ser humano. 
Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Orí é cultuado como uma Divindade e é única e individualizada, devendo ser cultuado e tratado. 
A habilidade do Orí de receber o Aşé (poder) do òrişá é uma função da ressonância interior do Orí em si. O Aşé de um òrişá que existe no Orí de um individuo pode atrair a força desse òrişá através de uma experiência chamada incorporação (transe) ou intuição forte, que se dá a partir de um processo iniciático.
Tão importante é a cabeça em muitas sociedades africanas que ela é adorada como a sede da personalidade e destino do homem
ALIMENTO A CABEÇA - BORÍ
À cerimônia de equilíbrio do Orí dá-se o nome de Borí (bó = alimentar, Orí = cabeça => alimentar a cabeça, alimentar a alma, fortalecê-la). 
Borí – alimentar o Orí é um ritual que tem por finalidade a restauração do equilíbrio entre Orí Òdé (cabeça física) e Orí Inú (alma, o eu superior). 
Tendo Orí status de òrişá, responde no oráculo. 
Todas as oferendas que alimentam o Orí são ditadas pelo oráculo  mas sempre com o consentimento do próprio Orí - na qualidade e quantidade adequadas ao momento e situação. A energia de um òrişá só é fixada se o Orí permitir. Como todas as possibilidades de sucesso ou fracasso dependem do Orí, o Borí é o rito especial que propicia a sua positividade. 
A sua finalidade é, através de manipulação do aşé, proporcionar ao Orí, o ponto de equilíbrio ideal para a sua auto-realização. Na religião yorubá o Orí é preparado para atuar com discernimento nos constantes conflitos com que se deparam o espírito – Ori Inú – e a matéria – Ori Òdé, no decorrer da sua existência terrena.

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