SOCIEDADE ÒGBÓNI
OGBE-YONU
Iyán di átúngún
Óbé di átu´nsè
Wón ni kó ebi ku ohun kóhun mó
Bikò se ohun àjogún bá won kan soso
Ti wón fi njo ba
Eyi kìíse ohun mìràn bikò se Sàkì
Ebi ni ki Sàkì ná di ti Rà `ndàwú
Rà `ndàwú gba Sàkì odi Aláse ilú
Ó joba lóri gbogbo won
Sàkì wá gba yì ó gb’éye
Ódi ohun olá odi ohun iyì
Bi akò bá n”Rà `ndàwú
Akó lè joyè baba eni
Ohun ti sùúrú seti
Ilè ní gbé
No odu ogbe/Yonu explica o uso do Ìtagbè ou Sàkì, (parte do vestuário ogboni, diz o ese ifá, que jamais deve se desrespeitar aquele que cobre o ombro esquerdo, com tal vestimenta).
Na Nigéria existe uma tendência muito forte de formar associações e corporações devido a sua grande extensão de terras e também uma forte expressão política. Estas associações são formadas com o interesse comum de proteger a população em economia, política, recriação e religião. A sociedade secreta Ògbóni é encontrada em terras Yorubá, e sustentada pela tradição de ter surgido nos primórdios de Ilé Ifè. Venera a terra como fonte da vida, simbolizada pelo òrìşá Edan.
Segundo um itans do Odu Irosun-Iwori, num antigo período da história da humanidade, esta vivia em total anarquia, promovendo sucessivos incidentes de roubos, assassinatos e violações de toda ordem de abuso aos códigos éticos ditados pelos ancestrais. Alguns habitantes pediram a interferência de Orúnmilá, para que colocasse um paradeiro naquela situação alarmante. Orúnmilá ordenou que se realizassem sacrifícios e aqueles que cumpriram as instruções de Ifá prosperaram em segurança. Depois disso, Orúnmilá retirou-se aos céus, entregando a Edan a responsabilidade sobre a Terra. Edan firmou um pacto e, aqueles que juraram mantê-lo, poderiam viver em paz, harmonia, justiça e prosperidade.
Após longo tempo de permanência na Terra, Edan retornou aos céus, delegando a um grupo de pessoas responsáveis a tarefa de supervisionar e fazer cumprir as leis estabelecidas. Este grupo se uniu em fraternidade, tornando-se a conhecida Sociedade Secreta Ògbóni.
Ainda hoje, Ògbóni mantém ritual iniciativo baseado num pacto que estabelece e faz cumprir o seu elevado código ético, zelando pela justiça, verdade, lealdade e proteção.
A justiça de Ògbóni é firmada com a própria Terra, sendo Onilé que detém a prioridade em todos os ritos. Dela sai o sustento de todos os seres que nela habitam, dela saiu o barro primordial com que Obàtálá modelou o ser humano. Dela viemos, nela nascemos e recebemos a oportunidade da vida, dela somos alimentados e a ela alimentaremos, por ocasião da morte.
Conta o itans que Olódùmarè concedeu cada reino da natureza a um òrìşá, assim, sempre que um ser humano expressasse alguma necessidade relacionada a um dos reinos, deveria pagar uma prenda em forma de sacrifício ao òrìşá correspondente. Restou de todos os reinos, o próprio planeta Terra, que foi concedido a Onilé. O seu tributo seria a própria vida, pois nela repousam os corpos e restos de tudo o que já não vive. Onilé deveria ser propiciada sempre, para que o mundo continuasse a existir, gerando continuamente, nova vida e assegurando a continuidade do planeta.
Com o objetivo de promover a harmonia com a natureza, Ògbóni venera Onilé – os senhores da Terra - como fonte da Vida, simbolizada pelo òrìşá Edan. Daí resulta que todo aquele que transgredir o pacto estabelecido pela Lei de Ògbóni, deverá, – incondicionalmente, prestar contas à Edan – a própria Terra.
Outra atividade dessa sociedade é a de detectar as ofensas feitas aos Òrìşá, para logo penalizar rigorosamente os culpados. As cerimônias feitas por essa sociedade mística se realizam em um lugar sagrado e nesse lugar são depositadas inúmeras oferendas.
Graças a seu poder espiritual os Ògbóni podem alcançar posições em nível social e políticos. Eles são facilmente reconhecidos porque usam um Opa-Edan, feito de ferro nas extremidades ressalta as figuras de uma mulher e outra de um Homem. O chefe do culto de Ògbóni é um iniciado que atinge o grau de Oluwo (senhor do sagrado/segredo) e é portador do shaki – uma estola que o distingue como detentor de honra e respeito.
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